sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O meu primeiro mochilão, Lavras. Parte 1

                                                       
Então, antes de contar como foi minha viagens, queria começar como surgiu essa vontade e como foi crescendo esse sonho.

Bom, tudo começou, quando estava com uma imensa vontade de ir na Festa da Colheita em São Thomé das Letras no mês de Agosto. E tentei várias formas de ir para o local e foram falhas.  Sempre escutei de alguns amigos, que, aquela cidade era bastante interessante e é uma cidade mística. Acontece de tudo por lá! E escutando, muitas vezes os casos minha vontade aumentava mais e mais. Voltando pro texto.  Tentei, mas tentei muito. Nunca viajei para fora sozinho. Fiquei batutanto como iria para a cidade hippie. Tinha vontade! Já era um bom começo, não é? Sim, mas faltava coragem. Sempre que imaginava, batia um medo e insegurança. Agosto até Outubro, acreditem se quiser. Pensava planos para chegar nessa cidade. Chamei gente para ir comigo e nada. Comecei a ler sobre pessoas que começaram a viajar sozinhas. "Não tem companhia? Vou só!" Beleza, comecei a ler um grupo no Facebook chamado: "Mochileiros". Lá tem gente indo para todo canto do Brasil e do mundo. Minha vontade ia só crescendo...

Tinha um sonho antigo também. Visitar a famosa: Varginha! O que fazer lá? Tirar foto com o ET, a estátua. "Caramba, que sonho estranho", vocês devem estar pensando. Sim, um pouco. Mas eu tinha que fazer isso algum dia. Beleza, tinha vontade, juntei dinheiro nesse meio tempo e pesquisei as formas de chegar em Varginha e São Thomé das Letras. Esse sonho tinha que acontecer! Pô, é o ano de Chutar o Balde, tinha que acontecer esse ano e não poderia deixar para o ano que vem.
Para minha concepção, realizando esse sonho, mostraria para as pessoas que é possível viajar sozinho e elas não precisavam ter medo. Se sou um exemplo em perca de peso. Por que não em viajar e fazer um mochilão? Pois é.. Tinha vontade, dinheiro e arrumei um tempo. Pensar em fazer isso é surreal, sabe? Um mochilão. Justo eu! Que sempre fiquei em casa, trabalhando e quase não fazia o que eu queria por força maior.

Tinha um problema: Minha mãe! Só de falar isso com ela já fechava a cara e dizia que é: Besteira, xingava e aquele blá blá todo. Mãe, né? Ela acha que a gente nunca cresce. Eu precisava de um descanso, sair da rotina. Aprender! Com muito custo ela aceitou a idéia. Na verdade, ela não aceitou. Ela acostumou! Tinha aquelas chantagens ali e aqui. Normal! Conversava com muita gente sobre ir. Eles concordavam e diziam que minha mãe tinha que me soltar um pouco. No popular: ''Voar!''. Depois de muitas conversa e discussões durante o mês inteiro de Outubro. Fui!


                                                           Sobre a Viagem.
Acordei às 4:30 na sexta-feira, dia 28/10. Minto, acordei eram 1:00. E depois disso não consegui dormir mais. Conversei com um amigo meu: Ciro Tavares. Ele me acalmou um pouco. Cochilei eram umas 3 horas e acordei com o barulho do despertador do celular.   Beleza, tomei banho e durante o banho bateu o medo. Foi um sentimento de: "Será o que estou fazendo não é loucura?". Pensei e parei de pensar por aí. Tenho que ir! Terminei o banho, arrumei e fui pra rodoviária. Estava escuro e eram mais ou menos 5:20. Engraçado, tinha bastante gente na rua e perto da rodoviária. Pensei que ia estar deserta e estava me preocupando atoa. Cheguei, entrei na fila e comprei minha passagem. Aliás, estava cedo. Tomei um café na padaria da rodoviária e me sentei no chão. Motivo? O ônibus não havia chegado. Faltava cinco minutos para ele chegar e a animação estava evidente em minha cara. Não tinha dormido nada! Estava elétrico! Sou um poço de animação, né? Haha.


                                                                     Cidade de Lavras
Pronto, pisei em Lavras. E agora? Pensei comigo. Fiquei calmo, respirei fundo e pensei comigo: "Vou andar nessa cidade como se fosse a minha. Não adianta apavorar!". Beleza, a primeira coisa que fiz, fui comprar minha passagem para Varginha, meu segundo destino. Cheguei eram: Nove e trinta. Meu ônibus para a cidade do "ET", eram meio dia e quinze. Putz, eu tinha praticamente duas horas e meia para explorar a cidade. Bom, vamos nessa!                                                     
Em Lavras, eu não sabia nada de nada sobre a cidade. Aliás, sabia que não tinha pontos turísticos ali. Mas a pesquisadas que tinha dado apontavam uma igreja bem bacana. Bingo!  Mas pelo menos eu tinha um objetivo ali. Fraco, mas tinha. Bom, saindo da rodoviária tinha quatro ruas. Uma descida, uma rua na esquerda, rua da direita e a subida que levava pro centro. Subi e nesse momento e estava indo pro centro da cidade.
Notei que o Centro é um lugar cheio. MUITO por sinal! Vi uma leve comparação com Divinópolis naquele lugar. Ah, pedia informações para algumas pessoas de como chegar na igreja que tinha ali perto. Notei um sotaque estranho naquelas pessoas com quem pedia ajuda. Estranho....

Enfim, a cidade é cheia e as ruas eram um pouco estreitas. O meu conceito é que as ruas eram grandes. O excesso de pessoas fazia aquilo parecer menor. Gente conversando no passeio e atrapalhando a minha passagem. Sério, eu ri. Saio de Divinópolis e certas coisas não mudam. Outras coisas que eu vi foram cartomantes. Aquilo era uma cópia das que tinham na primeiro de Junho. Sem tirar e nem por! Doidas, tentam barrar as pessoas para ler as mãos. E olha, que eu vi uma pessoa fazendo uma consulta. haha. Quem nunca teve curiosidade, não é?

Então, a primeira ''amizade'' que fiz em Lavras, foi uma menina. Ela tinha um estilo... Alternativo?  Isso, mais ou menos isso. Diferenciado! Ela estava parada na calçada, perguntei sobre a tal igreja e fomos procurar. Conversa vai e conversa vem, ela me diz que estava tentando vender o celular, minutos antes de eu aparecer, para um homem, ele não tinha aparecido e era a terceira vez que tinha acontecido aquilo. Ela me mostrou o braço dela e as veias estavam verdeadas. Ela queria usar o dinheiro do celular para poder comprar um remédio e melhorar um pouco. Paramos em uma farmácia, ela entrou para comprar um remédio de pressão alta para sua avó e nos despedimos ali. Disse para seguir reto e que chegaria onde queria.

Fui seguindo reto e não demorou muito e acabei encontrando a igreja. Era uma igreja normal, fora dela tinha um relógio e dentro dela parecia mais chique, sei lá.                                                              
Lá dentro tinha poucas pessoas. Vi três pessoas idosas e uma menina no fundo. Aliás, muito bonita por sinal. Ela não parava de mexer no celular e sentei na fileira ao lado dela e perguntei: ''Qual o nome dessa igreja'' -  Igreja Santana- Respondeu a menina com delicadeza e sorrindo. Poderia puxar papo com ela?  Sim, poderia! Mas já ia bater onze horas da manhã e eu tinha que almoçar e voltar pra rodoviária rápido. Uma hora e quinze minutos para almoçar e voltar pro ônibus.


Almocei em um restaurante ali perto e é era de quilo. Eu te faço uma pergunta caro leitor ou leitora. Por que toda comida de quilo, sempre queremos colocar mais e mais? Pensa, tem muita coisa gostosa para comer. Puxa vida! Beleza, acabei de almoçar e comecei a subir a rua em passos largos, para chegar um pouco mais cedo. Bom, no meio do caminho tinha uma escola que fica no centro. Tinha acabado de sair uma ambulância de lá e um aglomerado de alunos estava no portão. Perguntei o que tinha acontecido a uma turma de três alunos: Uma menina alta de trança, um menino de barba e meio com cara de sono e tinha uma estatura miúda e uma outra menina loira, baixinha e bonita, bem bonita. 

A loirinha estava rindo, parou e olhou para mim meio sem paciência: ''Uma menina da nossa turma que bateu a cabeça na educação física e fez um corte na cabeça''. Ela riu. Juro! 
A menina alta disse que as duas não se davam bem e então ela faz deboche sem pensar quem está em volta. 
O cara que tinha cara de sono me perguntou se eu estudava na escola. Eu disse que não, expliquei o que estava fazendo e ele curtiu demais a ideia.
A loirinha disse que não teria coragem, mas aprovava a minha atitude, A mais alta disse que não gosta de nem ir na esquina da casa dela, imagina sair da cidade. Já o cara ficou admirado com o que estava fazendo. Ele comentou que tem um sonho de ir pra Florianópolis nas férias de Dezembro. Quando terminar a escola, fazer a faculdade de Engenharia Civil, que ele planeja e pretende ir para Amsterdã. Ah, eles estavam no segundo ano. 

Me despedi e segui meu rumo para a rodoviária. Cheguei, tomei água e vi que faltavam vinte minutos para meu ônibus sair. Fui procurar minha passagem e não achei nos meus bolsos. ''PUTA QUE PARIU!'' Sim, eu disse isso em voz alta. Perdi minha passagem. Não é possível! Será? Fiquei gelado. Será possível que teria comprar outra passagem?

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Enfim, vou terminando com esse suspense. HAHAHA. Parece mentira e não é. Acredite! Queria contar minha jornada inteira nesse post. Ficaria grande demais e deixarei para uma segunda parte sobre:  São Thomé e Varginha. Alias, conto no próximo post se achei ou não a passagem..

To Be Continued...

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